"O desenvolvimento da fala está dependente da
maturação neurológica, da maturação fisiológica, da maturação anatómica e da
coordenação, assim como de um ambiente envolvente linguístico estimulante e de
um desenvolvimento sócio afetivo harmonioso” (Bernthal & Bankson, 1981).
Este desenvolvimento ocorre entre os 2 e os 6/7
anos e por ser um processo complexo, dinâmico e dependente de diversos
factores, muitas das vezes é possível verificar alterações na fala. Nesta idade
não se pode considerar uma “verdadeira” gaguez porque a fala ainda se encontra
em aquisição. Esta disfluência da fala é designada de Disfluência Fisiológica
ou Gaguez do desenvolvimento. É de salientar que as crianças com esta patologia
não tem consciência da mesma, ou seja, quando as disfluências ocorrem as crianças
continuam o seu discurso quer seja fluente ou não.
Na maioria das crianças, as disfluências fisiológicas
não deixam sequelas e passado o período de aquisição da linguagem,
aproximadamente cerca de 75% a 85% das crianças adquirem fluência normal. (Mónica
Gaiolas, 2010)
Não nascemos a falar mas, em pouco tempo e sem esforço, tornamo-nos conhecedores de um dos sistemas mais sofisticado e complexo que se conhece." (Sim-Sim, 1998, p.19)
As alterações na fala (disfluências) que são consideradas normais nesta idade:
- as hesitações (pausas silenciosas);
- as repetições (o número de repetições não deve ser superior a três seguidas)
Ex.: Posso... possso brincar?;
- as reformulações do dicurso
Ex.: Posso ir... o Pedro vai ao parque... podemos ir?;
- os prolongamentos curtos de sons
Ex.: Ooooo primeiro sou eu!;
- as interjeições
Ex.: Espera, aaaaaa, vou contigo!;
-silêncios curtos entre palavras
Ex.: Aquele cão é… castanho;
Como estas crianças, na maioria dos casos, não apresentam consciência das suas disfluências, não vão apresentar comportamentos de escape ou evitação nem caraterísticas observáveis como a tensão muscular ou movimentos corporais (piscar os olhos, movimentos dos braços, etc)
Como estas crianças, na maioria dos casos, não apresentam consciência das suas disfluências, não vão apresentar comportamentos de escape ou evitação nem caraterísticas observáveis como a tensão muscular ou movimentos corporais (piscar os olhos, movimentos dos braços, etc)
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